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Dicas para aumentar o rendimento

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Mensagem por João Luiz Sex 2 maio 2008 - 13:44

Galera segue uma materia sobre aumentar o rendimento em uma luta, achei muito legal.

Fonte: Portal do Vale Tudo.


Dicas para aumentar o rendimento

Prezados Leitores,

Depois de um período bastante conturbado, com muitos questionamentos e perguntas dos aficionados, devido a tal arvore genealógica da Luta, onde não foi dado ao reparo o mesmo peso da incorreção original, vamos tratar do que mais interessa: algumas dicas para aumentar nosso rendimento na Luta em competição.

Quando estou dizendo “competição” me refiro a oportunidade em que tentamos sobrepujar o adversário, seja num campeonato, treino, etc.



Não faz mal lembrar que o conhecimento técnico do lutador está envolvido pelo que chamo de “3F” (Força, Flexibilidade e Fôlego - vide figura acima) e este complexo de, como digo, “ferramentas”, ainda circundado pelo desempenho psicológico do atleta. O que se exige do condicionamento físico durante a luta, depende diretamente do ritmo que se desenvolve, seja causado por nossa vontade ou por necessidade implantada por nosso oponente, que não nos deixa “sossegar”, por exemplo.

Para ficar mais claro, imaginemos um período de cinco ou sete minutos (muito comum para intermediários ou adiantados). O conhecimento de nossas condições gerais na oportunidade que estamos analisando é fundamental, pois ele pode definir nosso ritmo, ou então o ritmo que vamos aceitar. Se estou bem, se estou mal, etc. Dizem os peritos na matéria que atletas de alto nível só suportam uma solicitação máxima (muito próxima a 100%) por apenas 45 segundos.

Então isto já é a Primeira lição: Devemos evitar a todo custo lutar num ritmo em que estamos “puxando o máximo”, pois a volta ao chamado “ritmo de cruzeiro” pode ser fatal. Um desgaste além do limite pode provocar um descontrole psico-motor, a recuperação pode demorar demais e tudo ir por água abaixo. Imaginemos que conheçamos bem nossas condições e possamos dizer que, durante o período da luta, seria razoável manter um ritmo médio de 50% de nossa solicitação máxima, que já considero excelente. Quando lutamos por mais tempo, a média tende a diminuir.

A própria luta faz com que o ritmo se desenvolva, indo de 40 a “picos“ rápidos
(cinco segundos, no máximo) de 80 ou 90%, provocado por uma investida mais audaciosa ou mesmo uma manobra de defesa mais forte necessária. Mas, o que acontece é que, quem ataca, como está com o controle das ações, tem um desgaste bem menor do que quem defende, que é obrigado a quase que permanecer numa faixa de solicitação de alto desgaste.

Daí, segunda lição: Quem dá o ritmo (quem ataca) tem melhores condições de controlar o “fôlego”, pois seu desgaste é menor, sem duvida.

Continuando, fica bem claro que, quem trabalha com técnicas de baixo consumo de energia, ou seja, de alto rendimento, também vai levar vantagem. Esta é a forma mais eficiente de enfrentarmos alguém com um fôlego como chamamos “olímpico”, que se dedica, que tem condições de ter um apoio profissional eficiente, etc. Posso testemunhar pessoalmente que isto funciona, pois, apesar de ter mais de 70 anos, consigo enfrentar sem problemas adversários jovens, bem mais fortes e pesados, com conhecimento, etc., que procuram imprimir na luta “aquele” ritmo. Depois do treino, ouço: “Mestre, o senhor está com um fôlego...”. E eu penso cá com meus botões: “Enganei mais um“, pois é claro que não posso ter este tal fôlego que ele falou.

Assim, terceira lição: É preciso se dedicar a escolher as técnicas e posições (tanto de defesa, como de ataque) de baixo consumo de energia que mais se adaptem ao meu jogo. Chamo a atenção que esta escolha é individual por excelência. Às vezes sou muito forte no braço, por exemplo, daí para mim qualquer posição que dependa daquela força desgastará menos do que se eu não fosse privilegiado neste item “força no braço”.

Finalmente, vivo defendendo que é preciso e fundamental conhecer nosso corpo e condicionamento físico, e assim estabelecer suas limitações e seus pontos de rendimento máximo. Observem que as diferenças entre os atletas da turma de alta performance cada vez diminuem mais, tudo está se decidindo nos detalhes. Se quisermos chegar lá, vamos começar agora. Se possível vamos nos socorrer com profissionais habilitados, se não pelo menos vejamos como atuam nossos companheiros mais experientes ou bem sucedidos.

É preciso parar para pensar, pois a Luta tem muito de “inteligência”.

Quarta lição: Conhecer ao máximo nosso corpo e condicionamento físico da ocasião.

O que vem a seguir se refere então ao rendimento do desempenho com as técnicas de luta propriamente ditas, ou seja, o conhecimento. Sempre reafirmo paradoxalmente que, “sem dúvida, quem treina muito fica treinado”, não significando dizer que aprendeu ou desenvolveu. Por vezes, lutadores são elogiados: “Fulano está muito bem, treina demais...”, se confundindo com “está desenvolvendo muito”, etc. A realidade é que o treinar mais ou menos é uma atividade facilmente mensurável, já o “desenvolver”, que praticamente só se avalia superficialmente pelos resultados, não é tão palpável. A avaliação real ou completa da evolução do nível de conhecimento e eficiência de um lutador envolve uma séria análise das circunstancia de cada combate, pela forte influência que o desempenho do adversário tem na condução daquela verificação.

Daí fica obvia uma quinta lição: Dar prioridade a aprender, pois treinar é muito bom, só que aprender é melhor.

Falando da “inteligência”, salta logo a idéia da estratégia a ser usada. Se uma estratégia correta é usada, eu aproveito melhor o que tenho de positivo, e exploro os pontos mais deficientes do adversário. A escolha da estratégia com certeza não é um assunto que se consiga abordar em poucas linhas ou até mesmo páginas. Breve, em outra crônica, abordarei com mais detalhes. Falando simplisticamente, seria fazer um plano geral para sua atuação, sempre com rotas alternativas. Para isto, seria necessário conhecer o adversário. “Vou tentar jogar por cima?”, “Vou me poupar no início?”, “Vou tentar “amarrar” a luta?”, “Vou trocar força?”, “Vou bloquear os pontos fortes dele, tais e tais”, “Vou jogar em contra-ataque?”, “Vale a pena economizar energia?”. São perguntas que precisam de respostas.

Então, sexta lição: É importante montar sua estratégia para a luta.

Teria imensa vontade de fazer um Seminário só para abordar este assunto, com uma platéia que interagisse muito e pudéssemos tirar sábias conclusões das idéias dos que estão com a “mão na massa“. Quem sabe? Quem estiver interessado entre em contato.

Finalmente uma última dica, já esperada por todos. Para que o rendimento não seja prejudicado, pois sem o necessário controle emocional até o “barco afunda”. Caso sintamos que existe algum descontrole, ou nervosismo exagerado e repetido, é preciso procurar uma ajuda profissional para resolver de uma vez por todas o problema. Vontade de vencer, expectativa, um pouco de tensão, aquela “adrenalina” que por vezes dá aquele “friozinho” na barriga, tudo dentro dos limites é normal e passa logo quando o arbitro ou quem comanda diz “Combate!”.

Sétima lição: O controle emocional é fundamental ao desempenho.

Sugiro que cada um faça uma auto-análise para ver quais os pontos abordados que podem ajudar mais. Eu sei que existem outros, mas estes que apresentei são importantes, com certeza. Entretanto, é preciso acreditar e levar a sério o que se recomenda, lembrando que não há milagres na Luta. Há muito esforço, obstinação, e, principalmente, dedicação. Nada se resolve com um estalar de dedos, é preciso ter paciência.

Esta matéria é especialmente dirigida aos que já tem algum conhecimento, se não entendeu tudo, releia, por favor.

Bons treinos, até a próxima.
Roberto Leitão.


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